27/05/2007

BARÕES DE ALVITO

Palácio do Conde Barão de Alvito em Lisboa, S. Paulo




Título criado por D. Afonso V, Rei de Portugal
por carta de 27-04-1475

a favor de:
D. João Fernandes da Silveira, 1º barão de Alvito * c. 1430

TITULARES

1. D. João Fernandes da Silveira, 1º barão de Alvito * c. 1430
2. D. Diogo Lobo da Silveira, 2º barão de Alvito * c. 1470
3. D. Rodrigo Lobo da Silveira, 3º barão de Alvito * c. 1490
4. D. João Lobo da Silveira, 4º barão de Alvito * c. 1530
5. D. Rodrigo Lobo da Silveira, 5º barão de Alvito * c. 1550
6. D. João Lobo, 6º barão de Alvito * c. 1575
7. D. Luis Lobo, 7º barão de Alvito * b. 1607
8. D. João Lobo, 2º conde de Oriola e 8º barão do Alvito * c. 1620
9. D. Bernarda Caetana Lobo, 9ª baronesa do Alvito * c. 1650
10. D. José António Francisco Lobo da Silveira, 1º marquês de Alvito * 1698
11. D. Vasco José Lobo, 11º barão do Alvito e 4º conde de Oriola * 1726
12. D. Fernando José Lobo da Silveira Quaresma, 2º marquês de Alvito * 1727
13. D. José António Plácido Lobo da Silveira Quaresma, 3º marquês de Alvito * 1769
14. D. Fernando Cândido Lobo da Silveira Quaresma, 14º barão do Alvito e 9º conde de Oriola * 1793
15. D. Henriqueta Policarpa Lobo da Silveira Quaresma, 15ª baronesa do Alvito * 1796
16. D. José Lobo da Silveira Quaresma, 4º marquês e 16º barão do Alvito * 1826


(Fonte: GENEA PORTUGAL)

24/05/2007

FURTO EM BEJA




Furtaram essa máquina na loja de Zé Espinho.
Se alguém souber alguma coisa, que ligue para o nº 284 321 192.
Obrigado

ALVITO - ERMIDA DE S. SEBASTIÃO

Foto de Aguinaldo Vera-Cruz


Fica no Rossio e a sua construção é anterior a 1535.
Desconhece-se quem foi o fundador.
Enquadra-se no estilo Manuelino-Mudéjar, sendo muito semelhante,embora mais humilde, às Ermidas de S. Brás de Évora e Santo André de Beja.
É um edifício de planta longitudinal, formado por uma nave rectangular e uma capela-mor. A abóbada da nave, bem como a da capela-mor estão revestidas de pinturas a fresco compostas por anjos músicos, atribuídas à oficina de José de Escobar.

22/05/2007

TRANSFERÊNCIAS PARA MUNICÍPIOS


TRANSFERÊNCIAS PARA OS MUNICÍPIOS - Foram publicados em DR os valores das verbas que couberam a cada município como compensação com os encargos com transporte de alunos dos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade:


Aljustrel------------PCP-PEV-----38.660-€

Almodôvar------------PPD-PSD-----35.517-€

ALVITO---------------MOV-IND------9.520-€

Barrancos------------PCP-PEV------1.551-€

Beja-----------------PCP-PEV-----49.709-€

Castro Verde---------PCP-PEV-----19.182-€

Cuba-----------------PS-----------7.166-€

Ferreira do Alentejo-PS----------27.393-€

Mértola--------------PS----------31.433-€

Moura----------------PCP-PEV-----29.339-€

Odemira--------------PS----------99.798-€

Ourique--------------PS----------22.858-€

Serpa----------------PCP-PEV-----45.925€

Vidigueira-----------PCP-PEV-----17.372€

16/05/2007

ALVITO - 5ª FESTA DO BARÃO





A Câmara Municipal de Alvito realiza no dia 29 de Junho (sexta-feira), a partir das 19h, no Largo das Alcaçarias, em Alvito a 5ª Festa do Barão.

A Festa do Barão é uma recriação tardo-medieval, à moda da Baronia de Alvito, que inclui teatro, malabarismo, música e danças, torneio a cavalo, falcoaria e um grandioso repasto pela noite dentro.

Venha passar a noite em Alvito!

Inscrições até ao dia 22 de Junho:
Posto de Turismo
Tel.: 284 485 440
turismo @cm-alvito.pt



Alvito um concelho à sua espera...

AS ERVAS DA BARONIA - 04 a 10 de JUNHO





“ As Ervas da Baronia”, é a designação Ciclo das Ervas na Cozinha, que teve início no concelho de Alvito, em Fevereiro, com uma semana gastronómica especialmente dedicada aos pratos confeccionados à base de Espargos , Catacuzes e Carrasquinhas.

A segunda semana é dedicada às Beldroegas e decorrerá no concelho, entre os dias 4 e 10 de Junho.

Pratos como: Sopa de Beldroegas, Açorda de Beldroegas com Queijo e Ovos, Açorda de Beldroegas com Bacalhau, Açorda de Beldroegas com Camarão e Amêijoas, entre outros, poderão ser apreciados nos seguintes restaurantes aderentes: "O Buraco da Zorra" , "O Feio" e "A Markádia" , em Alvito e "Avenida", "Bica Nova", "O Camões" e "O Casão", em Vila Nova da Baronia.

A última semana do ciclo será dedicado às hortelãs, coentros e poejos -"Aromas campestres à Moda da nossa Gente", e decorrerá de 29 de Outubro a 4 de Novembro.

O Município de Alvito, enquanto entidade organizadora desta iniciativa, conta com o apoio da Região de Turismo da Planície Dourada e pretende que o ciclo das Ervas na Cozinha aconteça anualmente no concelho, perspectivando-se no próximo ano a introdução do cante alentejano de forma a enriquecer este evento e a torná-lo ainda mais atractivo para quem visitar os nossos restaurantes nestas alturas.

O Ciclo das Ervas na Cozinha é para apreciar...devagar !

Alvito Apetece!

15/05/2007

ALVITO - 7º ENCONTRO TRANSNACIONAL - 22 a 27 DE MAIO





Território i9tur volta a ser palco de Encontro Transnacional

PORTUGAL, ESPANHA, ESLOVÁQUIA E ITÁLIA COOPERAM NO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DE ALVITO, CUBA, FERREIRA DO ALENTEJO E VIDIGUEIRA

A decorrer entre os próximos dias 22 e 27 de Maio, o 7º Encontro de Trabalho Transnacional trará mais uma vez ao Alentejo o grupo de trabalho responsável pela iniciativa CreaTour.
Fundada num Acordo de Cooperação estabelecido entre a parceria do projecto i9tur e outras 3 parcerias de Espanha (Avia Crea Futuro), Eslováquia (Nadacia Skola dokoran) e Itália (STAF), esta iniciativa junta organizações públicas e privadas dos vários países, empenhadas em explorar e partilhar boas práticas de promoção e estímulo à criação de empresas e de emprego.
De entre várias acções de apoio e promoção do empreendedorismo turístico, o programa do encontro prevê a apresentação oficial do Prémio Melhores Ideias de Negócio (Best Business Ideas Award), um concurso internacional aberto a todos aqueles que queiram implementar as suas ideias de negócio de base turística. (hora e local a confirmar)
Na sessão estão ainda previstos o lançamento de um programa de estágios transnacionais para jovens empreendedores (CreaTour Stages) e a promoção de um portal Internet, que se encontra ainda na sua fase de implantação, mas que já pode ser visitado em www.creatour.eu. O portal disponibiliza toda a informação sobre a iniciativa e sobre os parceiros, e permitirá a divulgação e a promoção integrada das empresas turísticas dos quatro Municípios que compõem o i9tur (Alvito, Cuba, Ferreira do Alentejo e Vidigueira).
Dada a temática turística da intervenção, e como é exemplo o Foreign Eyes Photo Quest, a organização do encontro pretende ainda proporcionar aos participantes uma experiência única de aprendizagem intercultural através do contacto directo que promoverá entre estes e as comunidades locais durante o período do evento. Desta forma, usufruindo das singulares paisagens, da cultura e do património, os participantes poderão apreciar e avaliar activamente a região e os valores que esta oferece.

(fotos de Luis Milhano)



FERIADO MUNICIPAL - 17 DE MAIO


ALVITO
Comemorações do Feriado Municipal - Barragem de Odivelas

17 de Maio

8h30 - Caminhada até à Barragem de Odivelas "Ascendendo... A pé"
Concentração em Vila Nova da Baronia às 8h30 junto à Casa do Povo e em Alvito na Praça às 8h45 – ver cartaz próprio
Org.: Clube Natureza de Alvito

9h00 - Passeio bicicleta até à Barragem de Odivelas "Ascendendo... De bicicleta"
Concentração em Alvito na Praça às 9h00 e em Vila Nova da Baronia às 9h30, junto à Casa do Povo – ver cartaz próprio
Org.: Secções de Cicloturismo do GDC Alvito, Secção de Cicloturismo do GDC Baronia e Desporto Escolar

11h15 - Concurso de Pesca Júnior e Sénior
Org.: Associação do Grupo de Cante Coral do Concelho de Alvito

11h30 – Torneios de Sueca, Dominó e Malha
Org.: Associação do Grupo de Cante Coral do Concelho de Alvito, Sociedade Filarmónica de Instrução e Recreio Vilanovense

11h45 – Jogos Tradicionais, Zarabatana, Tiro com arco e Voleibol
Org.: Associação Juvenil Nova Geração e Vianima

13h00 – Inicio do Churrasco e Sardinhada
Org.: Juntas de Freguesia de Alvito e de Vila Nova da Baronia
Apoio: Câmara Municipal de Alvito
16h00 – Concurso da Espiga
Org.: Associação Terras Dentro ( Cal III) / Junta de Freguesia de Alvito

12/05/2007

ALENTEJO

Foto de João Espinho



«Terra» por excelência, nem rocha, nem hortejo, nem pinhal, terra vasta, grave, sortílega, fecunda, envolvente, terra chã – do áspero montado, dos sobreirais sangrentos, charnecas e olivais, e das searas com que os olhos comungam o infinito – o Alentejo é das províncias de Portugal aquela que na nossa literatura aparece como figura sobressalente e decisiva mesmo quando devera ser cenário.

É a sua grandeza, no quadro geográfico português, grandeza não só feita de extensão mas sobretudo de feitio, que a sua gente reflecte, gente do espaço vazio, que nada ou quase nada possui, materialmente, e, por isso mesmo, em certos momentos, como que possui tudo. Nos planaltos e nas planícies medram as searas humanas destinadas aos maiores cometimentos, essas que em longas apatias incubam o sonho e depois, de chofre, à sua imagem, o esfolham no vento. Nas ondas das messes alentejanas viu Miguel Torga o prenúncio dos mares das Descobertas. Outros mares interiores cachoam silenciosamente, grandes heroísmos secretos, sonâmbulos e perdidos, na calma luminosa dos montados. Caracteres afeiçoados pela paisagem, que tem a nobreza da serenidade, temperados pela solidão e pela pobreza, por uma lisa pobreza vertical – tais, como uma emanação da terra alentejana, seu fruto e seu sangue, os místicos alentejanos (místicos com ou sem Deus), tímidos e orgulhosos, os mais fraternos dos portugueses, homens, através dos tempos, de chapéu na cabeça, de mãos vazias, o ar severo e triste, prestes a colherem o amor ou o ódio, a medirem-se, instintivamente, pelo seu espaço.

(Urbano Tavares Rodrigues)

09/05/2007

A TERRA - MIGUEL TORGA

Van Gogh


Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!

03/05/2007

2º ENCONTRO DE BLOGS EM ALVITO






Conforme prometido aqui apresentamos o trabalho que a Drª Paula Silva nos enviou para ser lido no 2º Encontro de Blogs em Alvito. Na altura não foi possível ser transmitido aos Participantes mas aqui o deixamos para leitura e análise e para ser comentado.

"Cara organização, caros colegas, cara assistência,
Compromissos laborais impedem-me de estar presente neste segundo encontro na histórica vila de Alvito. No entanto, tenho o enorme prazer de partilhar convosco uma reflexão acerca dos resultados da minha tese de mestrado sobre a blogosfera portuguesa.

Prometendo ser breve, porque não há maior aborrecimento do que não estar presente e mesmo assim ser abusiva, vou directa ao assunto.



O último século viu os media impressos, a rádio e a televisão tornarem-se objectos de consumo massificados e hoje, a cada minuto que passa, há novos computadores a interligarem-se, novas pessoas a entrarem na Rede e novas informações a serem aí colocadas, ao alcance de “todos”.
Algo de profundo está a acontecer. Se a web 1.0 estava centrada nos negócios, a web 2.0 está organizada em torno de pessoas anónimas, do cibernauta. E o que quer isto dizer? A consolidação da autonomia individual, palavras de ordem que indicam o rumo da nova “web social” baseada numa Rede global, cujo substrato está assente na partilha de sons, textos, vídeos…
Pela primeira vez na história humana, a opinião pode tornar-se pública. Pública como consideramos a opinião de alguém que utilizou meios de comunicação como veículos, mas também pelo facto de poder dizer respeito a todos e que todos podem fundamentar ou rebater.
Neste sentido, os blogues são uma ferramenta imprescindível de promoção da racionalidade e de fomento da discussão. Abolidos os intermediários, amplia-se uma oferta de informação que até há pouco tempo estava confinada aos jornalistas e opinion makers.
É neste contexto que as “notícias” estão a ser produzidas pelo antigo público, por pessoas comuns, e não apenas por quem tradicionalmente costumava produzir a primeira versão da história.

Os media deixaram de ter o monopólio da informação, embora os blogues não procurem competir com os gigantes da comunicação. Até porque essa não é a sua intenção.

A blogosfera portuguesa não vive da informação original, o âmago do jornalismo, mas funda-se na opinião, a sua grande arma. Indivíduos privados discutem agora assuntos do interesse público e podem funcionar como vigilantes da acção dos media e dos que têm o poder.
Antes do surgimento da rede de comunicação de extensão planetária que é a Internet, a maioria dos seres humanos era invisível. Mas nas actuais circunstâncias é fácil ser-se ouvido, devido à facilidade de publicação de informação imediata. Os tão apregoados 15 minutos de fama de Andy Warhol transformaram-se em 15, 20, 30 ou muitos mais megas de notoriedade.
As massas chegaram à Rede, depois de terem tentado sem sucesso os meios impressos, apenas remetidos para as “Cartas dos Leitores”, e que tão bem se deram no formato mais popular de certos programas televisivos… não estimam a intimidade, divulgam-na a um público com os mesmos interesses e as mesmas angústias.

Opinativos por natureza, os blogues configuram-se antes como espaços de confirmação de identidades. São as idiossincrasias - a voz individual - que fazem um blogue.

Num jornal, rádio ou televisão seria impensável que se falassem de assuntos pessoais enquanto, por toda a parte e a todos os instantes, os acontecimentos se sucedem e o público deseja informação sobre eles. Em contrapartida, na Internet, falar sobre assuntos “intimistas” não tira espaço aos que desejam informação sobre o mundo.

Neste sentido, os blogues são também um ponto de inflexão na história dos meios de comunicação. Se os media apelam a um público mais vasto, os blogues, que abrangem toda uma gama de assuntos e estilos de escrita, são excelentes para gerarem descobertas fortuitas ou programadas, destinadas ao individual.

Autênticos best-sellers da Internet e verdadeiros êxitos de nichos informativos, os blogues vêm preencher o vazio criado pelos meios de comunicação tradicionais. São das melhores fontes para encontrar artigos menos conhecidos e sítios perdidos na web, com a oferta de fontes fidedignas a fazer muito pela conquista de seguidores dedicados.
Porém, com a entrada em cena do cibernauta como produtor de informação, é inegável o aumento de informação (desordenada mas substancial, sendo que a esmagadora maioria tem um interesse reduzido).
Por isso, os motores de busca terão, cada vez mais, um papel essencial de filtros, e os blogues uma palavra cada vez mais pujante a dizer acerca da fácil etiquetação por temas.
Sobretudo urge ainda reconhecer que mais do que meros produtos de lazer, os blogues são dos espaços onde se refaz a cadeia simbólica da comunidade. A Internet inaugura portanto um novo capítulo, quer no terreno da comunicação, quer no das relações pessoais.

Os blogues são, antes de mais, espaços comunicacionais, “lugares” de fronteiras simbólicas cujos editores se configuram à volta de comunidades de interesses e/ou práticas comuns produzidas ainda que por “desconhecidos”.

Experimentamos quotidianamente a comunicação que é um bem de primeira necessidade nas relações interpessoais e do homem consigo próprio. No entanto, recorremos cada vez mais a mediadores como os telefones e os computadores, que servem, também eles, de instrumentos de sociabilidade. As duas esferas (o encontro presencial e as conversas mediadas) tendem, cada vez mais, a combinar-se nas práticas diárias.

No mundo “pós-modem”, as amizades entre pessoas estão cada vez mais independentes da geografia. A crescente mobilidade das sociedades contemporâneas é caracterizada por uma sociabilidade que também se reclama mais autónoma.

Quem utiliza a Internet, não se limita a processar solitariamente a informação, interage também socialmente. A necessidade humana pela sociabilidade é tão indispensável quanto a necessidade de informação, pelo que existem tecnologias que permitem a satisfação de ambos os objectivos e os blogues parecem ser um desses casos. Encorajam o diálogo e são uma via para vozes que, na maioria das vezes, não têm como ser ouvidas.

Por outro lado, outro axioma básico para a minha investigação é que numa sociedade pós-moderna não se concebem produtos sem públicos, sendo notória a construção a priori de uma intencionalidade. Porque toda a comunicação tem como horizonte último um determinado efeito, é intencional, tem um objectivo.

Os seus editores preocupam-se com os números, estudam as estatísticas e não temem as críticas, sujeitando-se à avaliação de um público que pretendem conhecer.
A maioria colabora desinteressadamente para o crescimento do maior depósito de informação existente. Em última análise, esta mesma maioria quer a confiança do público, que será conquistado pela credibilidade do autor, e esta última será avaliada pelos leitores.
Novas promessas relacionadas com a interactividade aliadas ao facto da actualização poder ser contínua (várias vezes ao dia) faz com que se crie e se mantenha agarrada a audiência. Por detrás destas páginas pessoais está toda uma lógica que ultrapassa o simples lazer. Os blogues são apropriados de distintas formas porque distintos são também os objectivos de quem a eles acede.
Não é o meio que lhes dá a legitimidade, mas o discurso que no dia-a-dia apresentam. A coerência, o respeito e a argumentação fazem o resto. É por isso que se a confiança é difícil de se ganhar é também muito fácil de se perder.
Uma nova democracia participativa digital está a surgir. As novas ferramentas de edição criadas para a Internet vieram democratizar a Rede. Os novos desenvolvimentos tecnológicos estão ainda a fazer com que o anonimato se torne menos automático e mais uma escolha consciente dos internautas, isto apesar da Internet ter vindo potenciar (consciente ou inconscientemente) os danos respeitantes ao Direito de Autor, tendo em conta a livre circulação e a facilidade de copiar informação.

Num mundo fortemente dominado pelo paradigma da globalização e em constante mudança tecnológica, não se deve negligenciar também o potencial de capacidade das novas tecnologias de informação na renovação do debate e da comunicação pública. Tema este, aliás, que é o fio condutor desta tese.

Longe do tempo dos locais de sociabilidade onde se debatiam interesses comuns, o espaço público contemporâneo é um espaço mediatizado porque é funcionalmente dependente dos media.

Actualmente, uma parte importante da esfera pública está na Rede, contribuindo os blogues para a sua manutenção e crescimento constante. Espaço público esse que funciona como uma ágora universal cujo acesso é mais democrático que outrora e, por isso, promotor da cidadania, fazendo uso público da razão por pessoas privadas.

A informação aí disponibilizada, em consonância com um meio que não deixa de ser um fórum de debate, tem implicações para um ressurgimento da esfera pública, lugar da divergência e do heterogéneo.

Se, como afirma Françoise Zonabend, o silêncio só é de ouro para quem o excesso da palavra se tornou luxo sufocante, fica o desafio para os blogues, seus editores e seus mais fervorosos críticos, de rebaterem ou aceitarem a grande premissa que atravessa toda esta tese, a de que as palavras não estão gastas e ainda mantêm a sua força operativa."

01/05/2007

1º M A I O





O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1 de Maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.

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