12/10/2010

ALVITO, ILUSTRE CONCELHO





Alvito, rosto de cal,
ruas alvas, limpas, calmas,
Alentejo ao natural,
reconforto para as almas.

Pórticos manuelinos
nas ruas bem alinhadas.
Um povo que inspira hinos,
letras em grave cantadas.

O solar acastelado
(hoje em dia é pousada):
por Dom João ideado,
de Dom Manuel morada.

Mãos de canteiros maurescos
deram edificação
de retoques pitorescos
ao Santo Sebastião.

Estrutura quinhentista
na Greja de Santo António;
o estilo renascentista
na matriz do património.

O solar de Água de Peixes,
eco das “cortes de aldeia”.
Relógio de sol não deixes
de ver, quedo, a ganhar teia.

Oliveiras centenárias
são esculturas caprichadas
e as hortas refractárias
têm terras amanhadas.

A barragem tem no meio
ilhotas a flutuar;
para muitos é recreio
onde se aprende a pescar.

De “alvitre” o nome provém
quando um touro que escapou
preso por dois homens vem:
“Alvitre!” o povo gritou.

De São Roque, bela herdade,
Alvito tem descendência.
De Estêvão Anes saudade
por anexar com prudência.

Da primeira baronia
foi sede em Portugal.
Vila Nova é freguesia
com um nome original.

Em Vila Nova, a capela
de azulejos coloridos
e também passam por ela
comboios esbaforidos.

À vista, os pelourinhos,
um em cada freguesia,
onde pousam passarinhos,
castigos em demasia.

Raul de Carvalho é
o poeta natural
deste concelho de fé
com ermidas sem igual.

Coisas em pele e bordados
o artesanato são.
Migas, gaspacho, ensopados,
presunto, enchidos e pão.

Festas da Vila em Agosto,
Feira dos Santos, Novembro,
graças p’ra todos os gostos
desde Janeiro a Dezembro.

Alvito é de visitar
já que mui há para ver.
Um concelho a explorar,
património a não perder.


Virgínia Mareco



Foto Portuguese-Eyes - Wik

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