24/07/2009

ALVITO - EXPOSIÇÂO DE PINTURA - O EXPANDIR DA COR DE FLORIVAL CANDEIAS "VALITO"





Exposição de Pintura

O Expandir da Cor , de Florival Candeias

O Centro Cultural de Alvito recebe a partir do dia 31 de Julho e até 30 de Agosto a exposição de pintura -O Expandir da Cor, de Florival Candeias.

A obra de Florival Candeias que reflecte, especialmente, a sua vivência pessoal, tem um grande pendor abstracto: solicita os aspectos estruturais/formais simplificados, com os seus valores cromáticos e força expressiva, sem ter, no entanto, quaisquer tipos de ambição no tocante à reprodução de modelos e de formas naturais. Portanto, a representação do seu mundo não lhe exige nenhum compromisso com a aparência real das coisas, ele é totalmente livre quando expressa a sua individualidade criativa: “como um Picasso”

Florival Candeias, natural de Alvito, mais conhecido por “Valito”, ingressou na CerciBeja aos 10 anos onde muito cedo manifestou o seu interesse pela Pintura. Tem participado em muitos concursos Nacionais e Internacionais que lhe deram visibilidade, dos quais se destacam, como exemplo os prémios: 9º Concurso Competitivo de Arte para Deficientes Mentais (Porto, 1991); 4º Prémio Nacional da Arte para Deficientes Mentais (1994); Concurso Competitivo de Arte “Riscos e Rabiscos” (1996); 7º Concurso Nacional de Arte para Deficientes Mentais (1997) ; 8º Concurso Competitivo de Arte para Deficientes Mentais (Porto, 1998) e no Concurso Europeu para Pessoas com deficiência EUWARD, Munique (Alemanha 2004), onde alcançou o 3º prémio.
Uma exposição a visitar durante todo o mês de Agosto, no Centro Cultural de Alvito
Horário
3ª a 6ª feira- 9.30h-12.30h/ 15.00h-19.00h
Sábados e Domingos- 10.00h-12.30h/ 15.00h-19.00h


23/07/2009

SEMANA GASTRONÓMICA DO GASPACHO E DA TOMATADA





A Turismo do Alentejo, ERT promove mais uma edição da Semana Gastronómica do Gaspacho e da Tomatada, entre 25 e 31 de Julho.

Com a chegada do Verão e o calor a apertar os pratos frescos são uma constante nas mesas de todos os alentejanos. Gaspacho, tomatada, saladas de tomate, peixe frito com arroz de tomate e pimentos, vinagrada, são algumas das iguarias que também os restaurantes servem nesta época estival.
Se é apreciador deste tipo de alimentação mediterrânica visite os restaurantes aderentes à Semana Gastronómica do Gaspacho e da Tomatada , em todo o Alentejo, entre os dias 25 e 31 de Julho.

Quem participar nesta semana Gastronómica e deixar uma frase sobre ela fica habilitado a um fim-de-semana no Alentejo. As duas melhores frases sobre a Semana Gastronómica ganham um fim de semana para duas pessoas nos concelhos de Avis e de Almodôvar, com estadias oferecidas pelo herdade Cortesia Hotel (www.herdadecortesia.com), em Avis; e pela Casa de Campo Quinta do Cerro do Seixo (www.quintacerrodoseixo.com) em Almodôvar.

No concelho de Alvito os restaurantes aderentes são:

Pousada do Castelo de Alvito
Castelo de Alvito
Telef. 284 480 700

Pratos apresentados: Tomatada frita sobre crosta de pão e toucinho fumado; gaspacho à alentejana em cama de bacalhau fumado; Migas de tomate com cação frito

O Casão
Rua Joaquim Henrique da Silva, 4- Vila Nova da Baronia
Telef. 284 475 443
Pratos apresentados: Gaspacho com carapaus fritos; Tomatada com carapaus fritos

O Fernando
Rua dos Lobos, 7- Alvito
Telef. 284 485 236
Pratos apresentados: Gaspacho com carapaus fritos; Tomatada com ovos

Bica Nova
Rua Pinto de Melo, 4- Vila Nova da Baronia
Telef. 932 207 023
Pratos apresentados: Gaspacho com peixe frito; Tomatada com carapaus fritos

Para mais informações consulte
Turismo do Alentejo, ERT
www.noalentejohamais.com
E-mail- geral@turismodoalentejo-ert.pt


16/07/2009

Jardim quer proibir o comunismo




















O PSD/Madeira quer a extinção do representante da República e propõe a criação da figura do presidente da região como poder de veto

É uma autêntica revolução a proposta de lei de revisão constitucional do PSD/Madeira, documento autónomo que será defendido por Alberto João Jardim na sessão do Parlamento Regional do próximo dia 22, e que o líder regional espera que venha a ter a concordância e apoio de Manuela Ferreira Leite. A presidente do PSD estará presente na festa do Chão da Lagoa, marcada para 27.

O PSD/M exige que a referência a regiões autónomas no texto constitucional se faça em maiúsculas, que a expressão Estado Unitário seja substituída por Estrutura do Estado. Os sociais-democratas madeirenses pretendem que haja um esclarecimento de que, em matéria de regimes políticos, "a democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias autoritárias e totalitárias, não apenas de direita, caso do fascismo, esta expressamente prevista no texto constitucional em vigor, como igualmente de esquerda, caso do comunismo", refere o documento a que o DN teve acesso.

Na exposição de motivos, o PSD advoga que "chegou a hora de se fazer uma reavaliação global" do funcionamento do sistema político-constitucional em relação às Regiões Autónomas e, em particular, à Madeira. Daí defender-se uma "radical mutação nas disposições constitucionais de concretização dos poderes regionais".

De acordo com o documento a que o DN teve acesso, o PSD/M propõe a extinção do "vigilante oficial", representante da República; a possibilidade de candidaturas independentes às eleições legislativas regionais; a existência de partidos regionais; a possibilidade de as assembleias legislativas regionais, deputados e grupos parlamentares, bem como grupos de cidadãos eleitores, e o próprio presidente da Região Autónoma - nova figura proposta pelo PSD - poderem convocar referendos regionais sobre matérias de interesse regional que devam ser decididas pelos órgãos do Estado ou das Regiões Autónomas. Tudo isto "sem interferência de órgãos estranhos, como são os órgãos de soberania".

Na constituição actualmente em vigor, só o Presidente da República pode convocar referendos nas ilhas.

O texto apresenta mais de 30 alterações, entre elas a reconfiguração dos órgãos de Governo Regional, surgindo, deste modo, o cargo de presidente da Região Autónoma, que cumula a posição de chefe do Governo Regional com poderes de promulgação e veto dos diplomas regionais, entre outras. O PSD pretende, ainda, o reforço da superioridade dos estatutos político-administrativos, "verdadeiras constituições regionais em relação aos demais actos legislativos ordinários, do Estado ou das Regiões Autónomas", refere.

Lília Bernardes - Diário de Notícias de 16/07/2009











Madeira

PCP desvaloriza extinção do comunismo na revisão constitucional

por Lusa

O coordenador regional do PCP na Madeira desvalorizou hoje a proposta de extinção do comunismo no projecto de revisão constitucional do PSD/M, considerando ser igual à apresentada em 2003/2004 e que terá o mesmo destino, o "caixote do lixo".


Em declarações à agência Lusa, Edgar Silva salientou que "só quem tem memória curta é que dá crédito" a esta iniciativa, salientando ser "igual no processo, linguagem e nas propostas" ao apresentado em 2003/2004.

O dirigente comunista comentava a proposta de revisão constitucional do PSD/M que será discutida segunda-feira, no parlamento madeirense, numa sessão que contará com a presença do presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, numa das suas raras presenças no plenário.

Este projecto defende, entre os pontos considerados principais, o aprofundamento dos poderes legislativos, a criação de partidos regionais e a extinção do cargo de Representante da República.

Entre os pontos considerados "secundários", sugere "o esclarecimento de que a democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias autoritárias e totalitárias, não apenas de Direita - como é o caso do Fascismo, esta expressamente prevista no texto constitucional - como igualmente de Esquerda - como vem a ser o caso do Comunismo, não previsto no texto constitucional"

Edgar Silva realçou que "em 2004, a proposta de revisão constitucional de Alberto João Jardim já apontava para estes aspectos e nem mereceu crédito por parte do PSD na Assembleia da República, incluindo os deputados eleitos pela Madeira, e teve como destino o caixote do lixo".

"Se nem o grupo parlamentar do seu partido na Assembleia da República dá crédito às propostas vindas do PSD da Madeira e de Alberto João Jardim, este projecto terá o mesmo destino, a descredibilização, o caixote do lixo da História", disse.

Deu como exemplo a proposta de extinção do cargo de Ministro da República, considerada pelo PSD/M nessa altura como "inegociável para avaliar o sucesso da proposta de revisão e um quisto que era necessário remover: só que o Representante da República está aí".

O coordenador do PCP-M considerou que este tipo de situações e de "indicações bombásticas" acontecem sempre antes a festa anual do PSD/M, no Chão da Lagoa, que decorre a 26 de Julho e conta com a presença da líder nacional do partido, Manuela Ferreira Leite, para "levantar poeira".

Destacou que aquando da discussão da proposta de revisão constitucional do PSD/M em 2003, "o PCP foi o único partido que se recusou a participar no debate na Assembleia da Madeira", sendo que na próxima semana outras forças partidárias já anunciaram que vão adoptar a mesma atitude, designadamente PS, BE e PND.

11/07/2009

Manuela à Pimenta







Opinião de Paulo Ferreira





Há uns anos, Pimenta Machado, antigo presidente do Vitória de Guimarães, estabeleceu uma máxima ainda hoje várias vezes recordada. Disse ele: "No futebol, o que hoje é verdade amanhã é mentira". Ninguém ficou verdadeiramente espantado com o conteúdo da frase, mas ela teve o mérito de resumir em poucas palavras o ambiente da modalidade. Em boa verdade, não é só no futebol que as verdades de hoje passam a dúvidas no dia seguinte e a mentiras volvidas mais 24 horas. Seria fastidioso citar exemplos demonstrativos de como também na política, ou mesmo no mundo dos mais delicados e chorudos negócios, isso acontece.

Esta volatilidade do uso da verdade tem uma consequência: a descredibilização. Manuela Ferreira Leite ficou a conhecer esta semana o sabor deste veneno. Recordemos os factos: no dia 25 de Junho, a líder do PSD jurou que, caso chegue ao Governo, rasgará e romperá (duras palavras!) "todas as soluções que têm estado a ser adoptadas em termos de políticas económicas e sociais" pelo actual Executivo. Pode ou não gostar-se do conteúdo, mas é uma vigorosa afirmação de princípio que nos mostra um pouquinho do trilho que o PSD pretende seguir caso vença as eleições legislativas.

Pois bem. Uma semana passada, Ferreira Leite veio dar razão à máxima de Pimenta Machado. Anteontem, a líder do PSD negou ter alguma vez dito "que rasgaria políticas sociais. Não há nenhuma medida (do actual Governo) a que o PSD se tenha oposto ou criticado sequer". A coisa já seria grave por si mesma, mas é especialmente grave por a dr.ª Ferreira Leite ter, num ápice e sem jeito, deitado por terra a "política de verdade" que nos anda a vender. De hoje em diante, quando a líder social-democrata disser uma coisa, convém esperarmos entre 24 a 48 horas para ver se não diz outra diferente. Regresso ao que penso e já aqui disse: Manuela Ferreira Leite é tenrinha na política.

Mais. De quem, como ela, considera que está (quase) tudo mal no Portugal comandado pelo Governo socialista, é estranho ouvir dizer que, em concreto, "rasgar, ninguém vai rasgar nada". O que o PSD pretende é "fazer transformações profundas, mas nunca em agressão às pessoas, nunca criando crispação na sociedade portuguesa, sempre em colaboração com as pessoas, com aquele consenso que é necessário para se fazerem transformações".

Tradução: a líder do PSD entende que é possível fazer as reformas estruturais de que o país necessita sem se incomodar com as classes profissionais que terão que arrostar com as mudanças. É como querer estar de bem, ao mesmo tempo, com Deus e com o diabo. Já vários tentaram. Saíram-se todos mal. Pode ser que Manuela tenha dotes que o país ainda não descortinou. Pode ser.


Olhem bem para os olhos dela

Opinião de Baptista Bastos



Esvoaça, embora discreto e módico, o perfume do poder e já o alvoroço se instalou nos militantes do PSD. Nos fóruns das rádios e das televisões, nos debates, nos artigos, nas preposições do Pacheco Pereira os sentimentos dominantes medeiam entre a glória do mando e o revanchismo. A euforia nunca foi boa conselheira. O próprio significado da palavra suscita precauções. Mas é preciso conhecer o significado da palavra.

O PSD, como se sabe, é constituído por uma série de ilhas, num oceano de atritos. O recente golpe de karaté aplicado pela dr.ª Manuela ao pobre Passos Coelho é paradigmático. O homem não foi, somente, afastado; foi vexado sem clemência. A senhora não abole distâncias: cria-as. Funcionando por exclusões, interdita, primeiro, qualquer veleidade de ascensão daqueles que a ela se opuseram; depois, cultiva o tribalismo, que desencoraja a mínima hipótese de dissenção. Naturalmente, esta prática despreza a ética.

O que se prepara, no caso (pouco provável) de José Sócrates perder as eleições é a aplicação de uma teia reticular de interesses particulares sobre o edifício do Estado. O PSD não dispõe de nenhuma estratégia de Governo. As soluções que vagamente expõe são as tradicionais da Direita. Qualquer preocupação de justiça é eliminada; as privatizações multiplicar-se-ão; a Saúde pertencerá às seguradoras com intervenção mínima do Estado, que será reduzido em todos os sectores da sociedade; aumento de impostos, mais repressão no mundo do trabalho. Nada de novo.

A dr.ª Manuela não alimenta o segredo das paixões. Nada promete que nos alivie do rude peso que, sabe-se lá como?!, tem sobrevivido a todas as penúrias impostas. Porque não haverá alterações de fundo, nem sequer remendos mal cerzidos, às avarias sociais de que temos sido vítimas. A responsabilidade do que nos acontece também terá de ser assacada ao PSD. Não há inocentes neste drama. O PS talvez tenha um comportamento menos brutal; porém, nunca concebeu ou estimulou uma consciência ética e estética que se prolongasse para além de si mesmo. Não é de estranhar que a dr.ª Manuela ameace rasgar um número ainda desconhecido, mas certamente vultoso, de decisões tomadas pelo Executivo Sócrates, caso seja "distinguida com o Governo" [sic].

Se há, manifestamente, uma tendência nos jornais, nas rádios, nas televisões e nas sondagens para se inflectir no PSD, isso deve-se mais ao desencanto que o PS provocou do que a méritos da dr.ª Manuela. A senhora é, rigorosamente, o que aparenta. E nada de bom se adivinha nessa aparência: algo de anacrónico, de deformado, incapaz de esboçar os contornos de uma sociedade mais justa.

Olhem bem para os olhos dela. Está lá tudo o que assusta.


O MEU RELATÓRIO

Opinião de João Marcelino


1 Se, como diz Maria de Belém, presidente da comissão de inquérito ao Banco de Portugal, cada português tem a possibilidade de fazer o seu relatório (e, acrescento eu, até de poder votar em Setembro próximo de acordo com esse relatório), já agora faço o meu, resumido.

Começo: Vítor Constâncio é um homem sério, foi transparente nas suas respostas, mas também por elas se percebeu que a supervisão bancária falhou rotundamente, como se viu no BCP, com Jardim Gonçalves e seus compinchas, e sobretudo nos escandalosos processos do BPN e BPP. Mesmo dentro do actual quadro de supervisão, que precisa de ser mudado, o governador podia ter sido forte, frontal, interventivo e decisor onde foi fraco, compreensivo, confiante e tolerante. É óbvio que ninguém é infalível, mas Constâncio falhou pessoalmente. Bastava que o relator tivesse sido outro qualquer elemento da comissão para as conclusões terem sido diferentes. Todos percebemos isso, como também percebemos que a oposição não queria conclusões, queria mesmo, e só, a cabeça do governador. Lamento as duas posições, embora admita que o lugar do simpático regulador pudesse efectivamente ter sido posto em causa por uma menos simpática relatora. Houve matéria para tal. Espero, por isso, que as comissões parlamentares repitam futuramente a intranquilidade desta mas que lhes juntem no final o rigor, a objectividade, o bom senso. Desta vez tal não aconteceu. Houve espectáculo apenas, no final funcionou a maioria, e percebemos todos que o jogo tinha um resultado definido à partida pelas regras enunciadas com sinceridade por Alberto Martins, líder parlamentar do PS, há cerca de três meses: "Nós temos a maioria absoluta e temos a responsabilidade de decidir tudo o que a Assembleia da República decide", disse ele. E, pelos vistos, relatava a verdade.

2 A sondagem na Universidade Católica confirmou o que julgávamos saber: a Esquerda tem uma folgada maioria sociológica em Lisboa, mas Santana Lopes tem muitas possibilidades de regressar à presidência da câmara. Se isso acontecer, a culpa não será de António Costa, que tem sido um presidente empenhado e competente, além de que tudo tentou para encontrar uma plataforma abrangente de apoio à sua candidatura. A culpa será, então, de Francisco Louçã, de Jerónimo de Sousa e, até, de Helena Roseta/Manuel Alegre. Se isso acontecer, repito, toda a esquerda será responsável e terá criado um quadro onde haverá menos legitimidade para a crítica ao eventual governo de Santana.

Pode suceder na capital o que também é previsível para o País: como a esquerda à esquerda do PS só serve para protestar, provavelmente caberá ao centro-direita governar.

O Bloco de Esquerda é um partido tolerante com as drogas, com os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, com o aborto. Hoje, numa evolução notável que as novas gerações ignoram, até são já pela democracia representativa e admitem mesmo que Portugal faça parte da União Europeia. Mas um sindicalista (perdão: o seu sindicalista) a jantar com o ex-ministro Manuel Pinho?! Aí, alto, que há desvio! Fracturar, sim, mas devagar. E, além do mais, nunca se esqueça o camarada António Chora que o BE só admite actos taurinos em Salvaterra, onde governa a sua única câmara no País.


04/07/2009

ONDE MORA A VERDADE ?




Opinião de Emídio Rangel

A única coisa que Manuela Ferreira Leite prometeu aos portugueses é que ia realizar sempre uma política de verdade, sobretudo ia sempre falar a verdade aos seus concidadãos. Não durou muito tempo a única promessa da líder do PSD após a vitória nas eleições europeias. Questionada sobre os negócios ruinosos que fez para o País quando ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, sem nenhum pudor, negou o seu papel activo na venda da rede básica de telecomunicações à Portugal Telecom, por 365 milhões de euros.


Mesmo depois de terem sido distribuídos aos jornalistas documentos escritos – actas do Conselho de Ministros de 2002 – assinados por Manuela Ferreira Leite com preâmbulos classificando a operação de venda "uma medida muito boa de gestão financeira do Estado", mesmo depois de tudo isso, a líder do PSD, embrulhada nesta teia para enganar os portugueses, continuou a afirmar que aquilo não era uma decisão sua. Hoje só Manuela F. Leite acredita nessa farsa. Objectivamente, o que fez Ferreira Leite? Mentiu, mentiu repetidamente, e não teve sequer a dignidade de vir pedir desculpa aos portugueses por actos que deitam por terra a máscara de "rigor" e de "verdade" que afivelou para as eleições de Setembro. Quem mente desta maneira quase ou nunca fala verdade.

Os portugueses que vão votar para escolher quem deve governar Portugal têm que ir vendo, ouvindo, avaliando quem oferece mais garantias para conduzir os destinos do País. Esqueçamos as mentiras de Ferreira Leite. Avaliemos a questão da governação por outro prisma. A líder do PSD, até hoje, não foi capaz de dizer uma só palavra sobre as soluções que tem para o País, de apresentar propostas alternativas às do Governo actual em nenhuma área. Limita-se a dizer que vai mudar tudo. Acaba com o TGV, acaba com o novo aeroporto, acaba com todas as decisões tomadas na área da Educação, acaba com as soluções da ministra da Saúde, acaba com os investimentos nas áreas tecnológicas, enfim... acaba com tudo. Mas o que é mais grave é que Manuela Ferreira Leite, nesta versão ‘caterpillar’, acaba com tudo mas não diz o que vai fazer depois de acabar com tudo.

Como é que o povo português pode entregar o seu voto a uma dirigente que ou não sabe o que vai fazer, ou esconde dos portugueses a política que vai adoptar? Não há memória de, em democracia, aparecer alguém a querer ser primeiro-ministro com um programa de trabalho contido num só ponto: destruir, destruir, destruir. E depois como vai ser?

Emídio Rangel, Jornalista


ACOSSADO






Sócrates já não é um "animal selvagem". É um animal acossado. No Parlamento, caem-lhe em cima Paulo Rangel, Diogo Feio, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa, Bernardino Soares. Cá fora, atira sobre ele Manuela Ferreira Leite, com pontaria afinada. O presidente da República dá-lhe o golpe de misericórdia.

Por fim, os media fazem-no perder a face. Desmentem o que disse ao país. Sócrates soçobra. Dá o dito por não dito. Intervém onde antes afirmara não intervir. Mostra, já não a humildade recente, mas uma surpreendente fraqueza. Recua e ao recuar dá razão aos que lhe moviam processos de intenções.

Sócrates já não é Sócrates. Sócrates, o hábil é, agora, Sócrates o desajeitado. O país informado afasta--se dele. Os arguidos do Freeport cercam-no, tiram-lhe o ar. Sócrates vê fugir-lhe a maioria absoluta, ao mesmo tempo que encara a possibilidade de uma minoria, forçada a negociar. Sócrates perdeu-se e perdeu o país. Veremos o que resta dele em Setembro próximo…

Manuel Ferreira Leite tem um quase terno e respeitável ar de avó. Olhamos para ela e lamentamos as intrigas palacianas, os adjectivos menos simpáticos, as maratonas pelo país, a interpelação dos media a que se sujeita, quando podia estar tranquila a fruir os netos. Já teve mais do que 15 minutos de fama, já foi poder, tem uma reforma doirada. Para quê este regresso como anjo salvador do PSD? Porquê este risco de vir a ser primeiro-ministro?

Mas Manuela Ferreira Leite parece feliz. Decidiu sozinha e ganhou. Davam-lhe a liderança a prazo e tiveram de prorrogar o dito. Agora, no PSD manda ela. A cadeira de S. Bento acena-lhe. Sócrates ouve o que ela diz. De adversário irrelevante passou a inimigo terrível. Manuela Ferreira Leite sorri e adia, com prazer, o momento de contar histórias para adormecer os netos. Porém, Manuela Ferreira Leite não é inocente. Ainda não venceu as legislativas mas já avisa que, se ganhar, mudará tudo o que fez o Governo. Se ao volante, virará à direita. Pegará no machado de guerra para aniquilar, de vez, o Estado social. Afinal, Manuela Ferreira Leite não é doce, apesar do ar de avozinha. Mais, é perigosa. Com ela, as desigualdades vão acentuar-se. Inevitavelmente. Sócrates anima-se. Percebeu que precisa de uma líder do PSD forte. Só o discurso claro e afirmativo de Manuela Ferreira Leite pode fazer dele um homem de esquerda. Há meses, ninguém veria as coisas deste modo. Mas hoje, tudo mudou. A afirmação de Manuela Ferreira Leite à direita, é a sua última esperança. Em verdade, o único factor que pode salvá-lo da morte. Por isso, se for inteligente, o animal acossado estimulará o caçador.



O ESTADO DA NAÇÃO



Opinião de João Marcelino


1-O verdadeiro estado da Nação, e peço desculpa ao elevado debate que por aí decorre entre o PS e o PSD, para mim é este: quatro anos depois, uma maioria absoluta está desfeita e o País tanto pode continuar entregue a José Sócrates como voltar às mãos das pessoas que estiveram esta semana, alinhadas e juntas, na apresentação da candidatura de Santana Lopes a Lisboa: Manuela F. Leite, Paulo Portas, Aguiar Branco (ministro da Justiça com Santana), etc., etc.

Ou seja: bastou pouco mais de ano e meio (porque Sócrates beneficiou de dois anos de "estado de graça" como nenhum outro primeiro-ministro em Portugal) para o País, deprimido, voltar a estar perante uma escolha muito semelhante. Tão semelhante que só teólogos iluminados, como José Lello ou Pacheco Pereira, entre outros, conseguem ver diferenças significativas onde a maioria dos cidadãos, com desilusão, apenas vê mais do mesmo e duas experiências falhadas.

Ainda assim, a responsabilidade de Sócrates na delapidação do património herdado é maior. Ele chegou ao poder porque foi visto como uma esperança para muita coisa, a começar pela restauração do sentido de Estado perante o fracasso da aventura Santana, que se seguiu à deserção de Barroso.

Sócrates melhorou mesmo essa imagem positiva com a opção por reformas corajosas. No auge do afrontamento a muitos dos poderes socioprofissionais ele ainda tinha níveis de popularidade absolutamente surpreendentes.

O pior veio com o autoritarismo que lhe está na personalidade, nas polémicas pessoais em que também se consumiu uma parte da superioridade moral que apresentava à partida e nesta profunda crise financeira e económica que varreu com um sopro toda a autoconfiança em que assentavam os complexos de superioridade da actividade governativa.

Hoje, olhando as sondagens, vemos que PS e PSD estão empatados. Ambos os partidos podem ganhar o governo no final de Setembro. Os portugueses, quatro anos depois, estão perante as mesmas opções, quase as mesmas pessoas. E deve, entretanto, ter acontecido "qualquer coisa" ao Governo do PS para que os nomes da elite do PSD e do centro-direita, tão criticados no passado, sejam hoje de facto uma possibilidade para o futuro.

Este é o verdadeiro estado da Nação. Mas também é um debate que ninguém quer.


2-Outra sondagem, esta realizada pela Universidade Católica sobre a intenção de voto nas eleições para a Câmara Municipal do Porto, não deixa dúvidas: Rui Rio, se não houver qualquer calamidade, irá ganhar a confiança dos eleitores da sua cidade pela terceira vez consecutiva. À boa maneira do futebol, vai fazer o "tri". E começo precisamente por esse ponto: Rui Rio é o homem a quem se deve a demonstração de que o futebol é um tigre de papel. Não mete medo aos eleitores.

Hoje sabe-se bem que as pessoas, no Porto como em qualquer ponto do País, distinguem entre os interesses do seu clube e da sua cidade. São capazes de estimar um presidente que constrói um projecto desportivo de sucesso e ao mesmo tempo de escolher para a sua cidade um homem independente e orientado por valores superiores.

E nem sempre foi assim.

Na cidade do Porto, num passado recente, com Fernando Gomes e Nuno Cardoso, a promiscuidade era evidente. E até havia quem acreditasse que Pinto da Costa tinha a capacidade de eleger e depor presidentes de câmara como quem convida um árbitro a ir tomar um copo a casa. Não é assim - e essa demonstração é um mérito que se deve a Rui Rio.

A segunda reflexão que cabe fazer é esta: o PS deu cabo de uma boa candidata, Elisa Ferreira, com a dupla candidatura ao Parlamento Europeu e à câmara municipal. Em Sintra, também Ana Gomes não deve escapar a um processo semelhante. Subestimar a inteligência dos eleitores para detectarem o oportunismo não é de todo uma boa estratégia. Ainda bem.

Manuel Pinho perdeu por um segundo a compostura, cometeu um erro inacreditável e pagou por ele. Melhor: vai pagar por ele durante muitos anos da sua vida. É por isso que não me junto ao coro de hipocrisia daqueles que tanto gostam de assinalar homens de plástico como atiram pedras aos homens que são autênticos até nas suas fraquezas.


02/07/2009

AFINAL, QUE QUER O PS ?



Opinião de Baptista Bastos

Não é de estranhar que uma sondagem recente atribua "empate técnico" ao PS e ao PSD, nas legislativas. A prática governamental, nestes últimos anos, é um empreendimento de confronto com sectores sociais decisivos, e uma construção de poder (direi pessoal) que repousa em imprevisíveis decisões individuais. O modelo não se rege por princípios; obedece a reflexos. Chamado de "reformas", foi elogiado pelas faixas mais retrógradas da nossa sociedade. E a sociedade está em fanicos.

Notoriamente, o orgulho de Sócrates foi amolgado com a derrota nas "europeias". Até hoje engole em seco, mas continua a combinar os mesmos elementos modulares que têm feito a sua perdição. Parece que não consegue definir o corpo social português e delimitar as fronteiras entre as classes. Sabe-se que nada tem a ver com "socialismo" como instância histórica, ideológica e ética. Também se sabe que conseguiu domesticar aqueles dos seus camaradas que, tenuemente embora, ainda agitavam as bandeiras de uma específica identidade política. A derrocada de 7 de Junho alarga-se em vergonhosas cumplicidades. Nenhum "socialista" se rebelou. Talvez porque já não haja socialistas. Talvez porque o socialismo nunca existiu. Talvez. Uma única certeza: José Sócrates nunca foi socialista.

Ele próprio dá vivo testemunho dessa evidência. Há dias resolveu convidar um grupo de pessoas para o ajudar a reflectir sobre o País, e procurar as soluções adequadas. Os vigorosos pensadores não eram gente de Esquerda, ou afins. Nada disso. T'arrenego, Satanás! Alguns pertenciam àquele agrupamento de estilistas conhecido pelo Compromisso Portugal. A notícia correu fértil. Logo a seguir, o dr. Carrapatoso, corrigindo o que semelhava ser a natureza dos signos, veio afobadamente dizer que nada tinha a ver com os desígnios da amena reunião. Uma selecta jantarada, de duvidosa eficácia.

Cada vez mais desarvorado com os sucessivos dislates, José Sócrates decidiu, agora, consultar os "magos" que ajudaram Barack Obama a conquistar o poder. Uma mistura de marquetingue e de Alvin Tofler. E, embora um técnico português de publicidade, altamente qualificado, tenha dito que não há nenhum génio que consiga, hoje, vender fruta bichada, Sócrates não abdicou de escutar os americanos. Atingimos a era do desequilíbrio e da alucinação. O Estado é entendido como uma empresa, não como a configuração de um corpo político, social e administrativo.

Afinal, que deseja de nós o secretário-geral do PS? Ambiciona os votos de quem? Enquanto esta espessa mediocridade sem alma e sem valores campeia infrene, que nos espera? Manuela Ferreira Leite? Dá que pensar.




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