24/09/2008

PETIÇÃO PELO RESGATE PARA PORTUGAL, DOS MILITARES MORTOS NA GUERRA DO ULTRAMAR / GUERRA COLONIAL.





Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República Portuguesa,

As cidadãs e cidadãos abaixo assinados pretendem que o Estado Português cumpra o dever patriótico de trasladar para Portugal – para as suas terras de origem, de onde partiram para a Guerra do Ultramar / Guerra Colonial - os restos mortais dos Combatentes que morreram ao serviço da Pátria e ficaram enterrados em campas espalhadas pelos antigos territórios ultramarinos.


Assim, e ao abrigo do Decreto-Lei nº. 43/90, de 10 de Agosto, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº. 6/93, de 1 de Março, pela Lei nº 15/2003, de 4 de Junho e pela Lei nº. 45/2007 de 24 de Agosto, subscrevemos o requerimento, proposto pelo “Movimento Cívico de Antigos Combatentes”, a enviar à Assembleia da República para:

1 – Que seja decretada a trasladação para Portugal dos restos mortais dos militares mortos e abandonados em terras africanas, em cumprimento do mais elementar desígnio das nações civilizadas e para dignificar a memória dos que morreram ao serviço da Pátria.
2 – Que esses restos mortais sejam trasladados para Portugal, entregues às respectivas famílias e/ou depositados junto do Monumento Nacional aos Combatentes, em local apropriado e digno.

Até esta situação estar resolvida, as Comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal e das Comunidades - continuarão ensombradas pela ausência daqueles que, lutando sob a bandeira de Portugal, por ela deram o sacrifício máximo, a própria vida.

Apoiam esta Petição, além dos subscritores da mesma, muitas associações de Antigos Combatentes e outras Instituições.


Se estiveres de acordo com o assunto desta petição, por favor ajuda na sua divulgação, colocando no teu blog, site ... enviando para os teus contactos. Clica aqui para leres e assinar a PETIÇÃO
(N/nº 763)

22/09/2008

ALVITO- ENCONTRO DE EX-MILITARES DO CONCELHO

(Imagem do Encontro de 2007)



No próximo dia 27 de Setembro (Sábado) vão encontrar-se de novo os Ex-Militares do Concelho de Alvito. Já tem uns anos largos este convívio. Homenageiam-se os camaradas que já partiram e segue-se um almoço onde se aproveita o tempo para trocar impressões e recordações de tempos idos.

18/09/2008

Comemorações Dia Mundial do Turismo e Jornadas Europeias do Património











Jornadas Europeias do Património e Dia Mundial do Turismo

A Câmara Municipal de Alvito promove no próximo dia 27 de Setembro duas iniciativas de âmbito cultural que visam assinalar o Dia Mundial do Turismo e as Jornadas Europeias do Património que se comemoram nos dias 26, 27 e 28 de Setembro.
Pelas 17h, do dia 27 de Setembro será inaugurada a exposição de Artes Plásticas “a presença anexada a algo nem sempre aparente”, de João Moreno, que estará patente até ao dia 16 de Novembro de 2008, no Centro Cultural de Alvito e pelas 21,30h a Ermida de S. Sebastião, em Alvito será palco para um Recital de Guitarra Clássica, interpretado por Alberto Batista, aluno do Conservatório Regional do Baixo Alentejo e funcionário da Câmara Municipal. Esta será também uma oportunidade para uma visita mais demorada à Ermida de S. Sebastião, depois das recentes obras de conservação e restauro
Se salientar, ainda, que durante o fim de semana a Igreja Matriz de Alvito, a Ermida de S. Sebastião, a Igreja Matriz de Vila Nova da Baronia e a Ermida de Santa Águeda/S. Neutel estarão abertas ao público no seguinte horário:

Horário: 10h00 - 12h30

14h30 -17h30

.

12/09/2008

VILA NOVA DA BARONIA - VI ENCONTRO DE GRUPOS CORAIS ALENTEJANOS




Vila Nova da Baronia

VI Encontro de Grupos Corais Alentejanos

No próximo dia 20 de Setembro a partir das 17h, o Grupo Coral Amigos do Cante de Alvito, realiza o seu VI Encontro de Grupos Corais Alentejanos, em Vila Nova da Baronia, junto à Casa do Povo.
Neste encontro, apoiado pela Câmara Municipal e pelas Juntas de Freguesia de Alvito e de Vila Nova da Baronia, actuam os seguintes grupos:
- Grupo Coral Amigos do Cante de Alvito
- Grupo da Associação de Cante Coral Alentejano de Alvito
- Grupo Coral Feminino Flores do Alentejo de Cuba
- Grupo Coral de Odemira
- Grupo Coral Gente Nova do Campinho
- Grupo Coral Unidos do Baixo Alentejo de Alverca
- Grupo Coral Etnográfico Os Camponeses de Pias
- Grupo Coral Feminino As Madrugadeiras de Alvito
- Rancho Folclórico dos Olhos D´Água - Albufeira


08/09/2008

ALVITO -VI EDIÇÃO DO MÊS DO IDOSO





Alvito

VI Edição do Mês do Idoso

A Câmara Municipal de Alvito, em colaboração com várias entidades locais e regionais vai realizar a VI Edição do Mês do Idoso, entre os dias 15 de Setembro e 17 de Outubro de 2008.
Do programa constam actividades como sessões de esclarecimento sobre temas de interesse para a população sénior, visitas a vários locais do país, teatro, um Ciclo de Cinema, actividades desportivas, comemoração do Dia Internacional do Idoso e do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e muita animação nas Instituições de Solidariedade Social do Concelho de Alvito.


A VI Edição do Mês do Idoso, do concelho de Alvito inicia-se no próximo dia 15 de Setembro e prolonga-se até ao dia 17 de Outubro de 2008.
Do vasto programa apresentado destacamos na semana de 15 a 20 de Setembro as seguintes actividades:

15 de Setembro, às 14,45h, inicia-se na Biblioteca Municipal de Alvito, o Ciclo de Cinema Português, com a apresentação do filme O Grande Elias. Este Ciclo de Cinema prolonga-se até dia 13 de Outubro.

17 de Setembro, às 16h, no Centro Cultural de Alvito, será realizada uma sessão de informação/esclarecimento sobre o Complemento Solidário para Idosos

19 e 20 de Setembro, será um fim de semana dedicado a um passeio cultural à região do Vale do Vouga - À Descoberta do Vale do Vouga, para cerca de 50 idosos das freguesias de Alvito e de Vila Nova da Baronia





ALVITO - “Gestão da Autoridade em Meio Familiar”.



Acção de Sensibilização
Gestão da Autoridade em Meio Familiar

A Biblioteca Municipal de Alvito acolhe no dia 26 de Setembro, pelas 21h, o Prof. Dr. José Morgado do ISPA, para realizar uma acção de sensibilização sobre o tema “Gestão da Autoridade em Meio Familiar”.
Esta acção, financiada pela I.C. Leader+, é promovida pela Associação Terras Dentro, em parceria com o Agrupamento de Escolas de Alvito, Cooperativa de Ensino do Concelho de Alvito e Associação de Pais e é especialmente dirigida aos pais, professores e outros agentes educativos.

02/09/2008

EVOCAÇÃO DE RAUL DE CARVALHO







RAUL DE CARVALHO

Raul Maria de Carvalho nasceu em Alvito, Baixo Alentejo, a 4 de Setembro de 1920. As memórias da infância passadas nesse local manifestam-se em todos os seus livros de cunho autobiográfico. Chegou a Lisboa na década de 40 e tornou-se frequentador do café Martinho da Arcada, contactando com personalidades do meio literário.

Preocupado com a condição dos mais desfavorecidos, assumiu algumas afinidades com os neo-realistas. Conjugou esta preocupação com a aprendizagem de uma liberdade surrealista. Foi colaborador das revistas Távola Redonda, Cadernos de Poesia e Árvore, de que foi co-director (1951-1953).

Em 1956 foi premiado com o «Prémio Simon Bolívar», no Concurso Internacional de Poetas de Siena, em Itália.

Morreu a 3 de Setembro de 1984, no Hospital de São João, no Porto.





Algumas obras:

As Sombras e as Vozes (1949)

Poesia 1949-1958 (1965)

Tudo é Visão (1970)

A Casa Abandonada (1977)

Elsinore (1980)

Um mesmo livro (1984)


A seguir se transcreve o

Texto de apresentação do livro

CARTAS & Outros Papéis,

Centro Cultural de Alvito, 1.Dezembro.1997


Serafim Ferreira

Autor do Artigo
Serafim Ferreira
Escritor e Crítico Literário, Lisboa. Colaborador do Jornal A Página da Educação.









EVOCAÇÃO DE RAUL DE CARVALHO

Começarei por dizer com Jorge de Sena que, pelas suas virtudes admiráveis e nos seus defeitos, perpassa na poesia de Raul de Carvalho 'um desespero anárquico constantemente dividido entre um terno sentimento e uma solidão angustiosa'. Mas passados agora treze anos sobre a sua morte, lembro que este Poeta do Alvito mereceu já a edição de toda a Obra Poética, a par de várias formas de consagração em textos de crítica e abordagem ensaística. E desse modo se tem procurado fazer emergir da sombra a voz poética de um dos nomes mais expressivos da poesia portuguesa deste nosso tempo, que em vida e até depois da morte conheceu a sua via-sacra: longos foram os anos de indiferença ou esquecimento, e ainda hoje não sabemos se isso foi mesmo intencional por parte de uma crítica sempre mais inclinada a proclamar o talento poético de quem o não tem, negligenciando uma 'poética' que, como a do autor de Tudo É Visão, se arvora claramente torrencial e arrebatada, calorosa e serena, no sentido literário de parecer existir, dizem alguns, pouca 'oficina' em muitos dos seus poemas, mas que desde sempre se afirmara como um rio caudaloso que navega por águas que não deixam lixos acumulados nas margens que o percorrem.

Mas, encontrando-se à disposição dos leitores e dos críticos todos os títulos que, tantas vezes por sua conta e em cuidadas 'edições de autor', publicou ao longo de quarenta anos de servidão no ofício de poeta, posso dizer que, na intencionalidade com que elaborou a sua obra, Raul de Carvalho o fez pelos caminhos da verdade e da coerência e sempre tratou as linhas essenciais desse trajecto, como aliás o fazem os grandes poetas: reside aí a bagagem, poética e cultural, que transportou em largos anos do seu constante ofício de viver. Não por isso ser da sua própria condição, mas por nunca conseguir escapar, mesmo por entre o comovedor cortejo de humilhações e desamores, à vocação interior de a si mesmo se entender e fazer do acto da escrita uma permanente forma de salvação. E assim algumas vezes lhe ouvi dizer: 'Se para alguma coisa serve a escrita (a 'escrita poética', dessa falo), é para nos libertar, nos salvar, nos conciliar'.

Num ensaio mais biográfico do que crítico que publiquei em 1995, com o título Raul de Carvalho: entre o silêncio e a solidão, pude declarar que, no que de visível e de iluminado nos aponta, sem nenhuma espécie de engano, toda a sua poesia tomou as palavras como arma na forma de estar ao serviço da (sua) verdade e exprimir em sinceridade esse profundo e magoado grito como grande poeta do nosso tempo. Porém, devo também lembrar que Eduardo Lourenço, no objectivo paralelismo feito com a inesgotável imagem de Álvaro de Campos que percorre boa parte da poesia de Raul de Carvalho, afirmara em tempos que, 'a torrente admirável do seu lirismo encobre um pouco o secreto gesto que nela está empurrando sem cessar a 'solidão do homem para um ponto que fica algures no universo'. Na sua poesia se unificam e resgatam os bocados a mais que havia na jarra definitivamente partida de Pessoa'.

E desse modo se pode dizer que a presença de Pessoa (mais do que a de Pascoaes, é evidente), sobretudo pela luminosidade solar de Campos e não tanto pelo bucolismo de Caeiro, é talvez a sombra que melhor perdura e permanece nessa ânsia de serenidade bem patente na poesia do Poeta de Realidade Branca, não como sombra tutelar em que se encostou ou pediu abrigo e antes como um sinal de direcção ou aviso da própria navegação em que transitou no correr dos anos:


Olha, Mila, entre os medos que me assaltam e eu cultivo

o principal é que a minha mãe já não goste de mim.

Sabes, nunca li com vagar o Álvaro de Campos

porque aquilo era demasiado meu para ser dele.

Porque as multiplicações dele

são as minhas multiplicações.


Poeta do silêncio e da revolta, cantor desesperado de esperanças ou alegrias que a vida cedo fez soçobrar, a voz singular de Raul de Carvalho claramente se insere numa linha poética maldita ou ousada, mas sempre sincera e apaixonada. O fardo da vida que carregou e povoa os versos que nos deixou, não é mais do que a certeza de que escrever foi (ainda) uma e mesma forma de se sentir vivo, tudo poder suportar e calar, 'estar fora' desta sociedade em que de todo se não quis integrar. E isso nunca escondeu nem lhe perdoaram. Até à sua morte, acontecida em Setembro de 1984.

Ao reunir neste volume cartas e postais recebidos entre 1965 e 1984 (e revelando outros papéis que andavam dispersos ou esquecidos e se revelam de interesse para melhor conhecimento da personalidade do Poeta), pretendo tão-só contribuir para que, através dos seus desabafos ou protestos, melhor se compreenda como Raul de Carvalho suportou até ao fim dos seus dias uma malfadada e triste sina e, por entre lutas, desencantos e desesperos, foi realmente e no mais amplo sentido uma Poesia feita contra tudo e a favor de nós. Sempre. E assim mesmo ainda consente ser possível fazer dela uma certa leitura, passados tantos anos sobre a sua morte, e na diversidade dos muitos livros que nos ficaram desse longuíssimo clamor de silêncio e solidão.

Por isso, estas Cartas & outros papéis se revelam como uma forma natural de expressão e afirmação de um Poeta que, muito avaro nas suas confissões ou desabafos literários, não pediu nunca licença a ninguém para existir e assim soube viver em Lisboa os seus demorados anos de dor e pena, 'sempre com medo da morte', como costumava lamentar-se, que acabou por levá-lo na véspera de completar 64 anos de idade, quando andava pelo Porto e Vila Nova de Cerveira em busca de alívio poético para as suas mágoas junto de alguns poucos amigos que ali viviam.

Porém, nesta hora de sentida evocação, posso dizer-lhe que nesta vila de Alvito, no coração alentejano e a dois passos da Cuba do seu 'louco e bom Fialho', entendo agora melhor, ainda na voz saudosa de Adriano Correia de Oliveira, como


Quem manda na vila

Não lhe dá cuidado.

Malteses, ganhões,

sangue misturado.

Na vila de Alvito

é que eu fui criado.









Raul de Carvalho



Perdão




I



Regresso à minha terra; andei perdido...

Chamem-me réprobo, ignaro, o que quiserem...

Sou como o pássaro que, depois de ferido,

Que Deus lhe dê a campa que lhe derem...



Não olho altares, não rezo, não ajoelho,

Mas em minha alma a comoção dorida

De quem volta de longe, de bem longe...,

E encontra à sua espera toda a sua vida...



Ouço as primeiras falas que empreguei,

Vejo as primeiras luzes que enxerguei,

Amo as primeiras coisas que dei

O amor que Deus pôs em quanto amei...



E trago tudo junto, aqui, no peito

Neste albergue de vozes, gentes, passos,

Lúgubre às vezes, soalhento às vezes,

E tanto, tanto meu, que lhe criei o gosto



Verdadeiro de quem ama e já não chora

Porque o chorar passou... a despedida

Melhor que um poeta pode dar à Vida

É despedir-se dela num sorriso:



Talvez num beijo... Talvez numa criança

Que o mundo, ao largo mundo vem mandada

Por seus pais que a criaram, sua terra que a viu

Quando ela foi por Deus nada e criada...



Agora temos tempo de fartura

(Quer faça sol ou vento, ou entristeça

A minha mente, e a minha voz se esqueça...)

De ir cantando de novo, à aventura...



À aventura dos limos e das seivas,

Das secas e dos montes, dos moinhos,

Dos pais que não se fartam de sentir

A dor sublime de ver crescer os filhos...



Terra de alqueives, ou monda, ou de pousio,

Terra de largos trigueirais ao sol,

— Quem vos mandou contaminar-me,

E para sempre, do vosso resplendor?...



Poalha luminosa, mas agreste;

Folha de zinco em brasa; imensidão;

A toda a volta — Tanto em vós como em mim —

Implantou Deus a solidão.



Solidão! de hastes curvas no silêncio

Que dá a volta inteira à terra inteira,

Solidão que eu invoco como se

Vos conhecesse pela primeira vez!...



Subo os degraus a medo; páro e ouço...

O que ouço eu? a voz dos sinos? minha mãe?

É com palavras simples e em segredo

Que eu beijo a terra onde nasci também,



Bernardim, Florbela, meu louco e bom Fialho,

Meus irmãos de pobreza, e solidão, e amor preso,

Aqui vos trago o que hoje tenho: Um coração

Sofredor como o vosso, e como o vosso ileso!



Ó planície de alma! ó vento sem ser vento!

Ó ásperas vertentes ao nascente;

Ó fontes que estais secas, ó passeios

Da minha mágoa adolescente...



Como eu vos quero ainda! como eu sinto

Que tudo o mais é tédio e é traição...

Pode-se amar tudo na Vida, mas

Nunca se pode trair o coração.



Dele nos vem, mais tarde a confiança.

Do coração nos sobe, um certo dia,

Uma satisfação que já não pode

Sequer chamar-se-lhe alegria.



E todavia tanta... A de sabermos

Que ainda em nós se ergue e não distrai

A casa da esquina onde nascemos...

A torre que dá horas e não cai...



II



Peço perdão a Deus de ter voltado

Mais pobre e mais feliz: mais perdoado!



III



Voltei à minha terra; aqui faz sol!



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