A VIDA
É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés de alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!
Todos somos no mundo "Pedro Sem",
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo de onde vem!
A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...
Amar-te a vida inteira eu não podia,
A gente esquece sempre o bom de um dia.
Que queres, meu Amor, se é isto a vida!
FLORBELA ESPANCA (1894-1930)
Foto de Cedrico Fernandez
7 comentários:
Florbela Espanca cantava o amor como poucos o sabem cantar. E cantava também a planície alentejana, aquela planície incandescente e de cantares tristes que marca um passado de opressão e de miséria que muitos pretendem apagar. Não nasci nem vivi no Alentejo mas o Alentejo é uma referência no meu percurso. Por isso gosto de passear em blogues alentejanos especialmente se são tão agradavelmente sedutores quanto este.
Bom fim de semana.
Beijinhos embrulhados em abraços
bonito.
passei p desejar um bom resto de semana. abraço
Como gosto da poesia intemporal da Espanca! Como tudo que diz respeito aos sentires nunca morre.
Boa escolha!
Bjs
TD
Lentamente regresso , confesso quem senti alguma saudade deste grande universo de amizade virtual .
Após uma breve leitura , parto , deixando votos de um bom fim de semana .
Até breve
k bem me msoube hoje, este poema de Florbela. Por mais k se silenciem sobre ela, uma das grandes poetas do séc.XX.
Por mim acho-a muito superior a Nobre e menos mórbida, contra o commumente dito e repetido.
Bjs meu amigo-quiçá parente. Boa semana
"Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo de onde vem! "
Já tanto se disse sobre Florbela... mas acho sempre que se disse pouco!
Ler a sua poesia é como afagar a minha alma...
Bela escolha.
Bj e bom fim de semana ,))
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