13/01/2008

Lareiras de Alvito





Lareiras de Alvito
cansada lembrança
da família quieta
ao redor do lume
herdade dos pobres
hora de perdão.


Esquinas de Alvito
memórias de branco
dos trabalhadores
nos meses de inverno
às portas pedindo
uma esmola de pão.


E os velhos morreram
e o tempo passou
igual a uma dor
e até a pobreza
mudou de morada


Ficou o Charneco
que assobiava
plas ruas da vila
tocando na caixa
a marcha dolente
da gente sem nada.


Fevereiro, 1965

Sebastião Penedo

(Poeta de Alvito)

4 comentários:

Teresa David disse...

Bonito poema popular com o calor da lareira. Mas oh Luis este verde eléctrico põe os olhos em bico e com ilusões ópticas!
Bjs
TD

MARIA disse...

Lumife,
Que poema bonito, de facto e cheio de significado.
Saí-se deste espaço de alma aquecida ...
Um beijinho amigo
Maria

jorge vicente disse...

são tão bons os poetas de alvito. tens que organizar uma antologia de poetas de alvito!!!

um abraço
jorge

De Amor e de Terra disse...

Quanta tristeza contida
Na voz de tal cantador;
Anda a alegria fugida
Enquanto o peito tem dor!...

Bj

Maria Mamede

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