06/01/2008

O Semeador



Van Gogh-semeador


Robusto semeador, quando semeias
O ventre maternal da terra, quando
A vais, de leira em leira, polvilhando
Do farto grão que espalhas às mancheias,

O sangue que circula em tuas veias
É a força ancestral do miserando
Servo da gleba, ó semeador, semeando
A paz, fecunda e livre, por que anseias.

Há séculos de fomes e canseiras
Que só colhes, das rudes sementeiras,
Despotismos e guerras pelo mundo...

E tu, na auréola de oiro que irradias,
Quanto mais sofres, tanto mais confias
No teu gesto pluvioso, amplo e fecundo!


Conde de Monsaraz

4 comentários:

Barão da Tróia II disse...

Um bom ano.

José Rasquinho disse...

Um belo poema de reconhecimento do esforço de quem trabalha a terra!!!!! Abraço.

MARIA disse...

Que lindo Lumife !!!
São sempre extraordinários e inesquecíveis os teus posts.
Um beijinho amigo
Maria

Nilson Barcelli disse...

Belo soneto, a uma actividade que desapareceu, porque agora são as máquinas que semeiam...
Bom resto de semana, abraço.

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