O Semeador
Van Gogh-semeador
Robusto semeador, quando semeias
O ventre maternal da terra, quando
A vais, de leira em leira, polvilhando
Do farto grão que espalhas às mancheias,
O sangue que circula em tuas veias
É a força ancestral do miserando
Servo da gleba, ó semeador, semeando
A paz, fecunda e livre, por que anseias.
Há séculos de fomes e canseiras
Que só colhes, das rudes sementeiras,
Despotismos e guerras pelo mundo...
E tu, na auréola de oiro que irradias,
Quanto mais sofres, tanto mais confias
No teu gesto pluvioso, amplo e fecundo!
Conde de Monsaraz
4 comentários:
Um bom ano.
Um belo poema de reconhecimento do esforço de quem trabalha a terra!!!!! Abraço.
Que lindo Lumife !!!
São sempre extraordinários e inesquecíveis os teus posts.
Um beijinho amigo
Maria
Belo soneto, a uma actividade que desapareceu, porque agora são as máquinas que semeiam...
Bom resto de semana, abraço.
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