11/02/2007

ALVITO E OS SEUS POETAS




Encontrei no blog "NAS MINHAS LEITURAS" esta referência a dois Poetas de Alvito, Raúl de Carvalho e seu primo Sebastião Penedo. Achei interessante dar ao conhecimento dos Alvitenses este naco de correspondência traduzido em duas dedicatórias.Agradeço a "NAS MINHAS LEITURAS" a oportunidade da recolha destes depoimentos.




"Autógrafo floral de Raul de Carvalho


Raul de Carvalho, primo e camarada unido por "laços de sangue" é o poeta mais representado na biblioteca de Sebastião Penedo. A sua obra é copiosa e multiplicada por pequenos e saborosos objectos-livro, opúsculos e edições bem cuidadas, ainda que muitos sejam edição de autor. Se não me falhou nada, são os seguintes:

As Sombras e as Vozes [1949]
Mesa da Solidão [1955]
Parágrafos [1956]
Poesia 1949 - 1948 [1965]
Tautologias [1968]
Realidade Branca [1968]
Tudo é Visão [1970]
Poemas Inactuais [1971]
Uma Estética da Banalidade [1972]
De Nome Inominado [1974]
A Casa Abandonada [1977]



A dedicatória de A Casa Abandonada, a que já me tinha referido, é um verdadeiro arranjo floral.




"Ao Poeta Sebastião Penedo,
Ao Sebastião.
Esta casa afinal não de todo
abandonada (e, por último, algumas vezes
ficticiamente [?]feliz.

Com os "laços de sangue", a grata
camaradagem (que a minha Mãe perfilharia) e a
sempre que justificada, admiração, do teu primo poeta -

Raul de Carvalho.

1-XII-977."



Nos Poemas Inactuais a dedicatória é de "revolta e nojo". Estava em 1971, compreende-se:




"Ao Sebastião.
Este livro onde há, também "angústia,
revolta, medo e nojo disto tudo, mas mesmo
de tudo, -"

Com um abraço.

Raul de Carvalho
26/ Outubro/ 71."










Ainda de "NAS MINHAS LEITURAS" retiro este poema de Sebastião Penedo, inscrito à laia de dedicatória no livro de versos de Ruy Cinatti, Memória Descritiva:



Dia Santo

Sobre a tela do campo desgrenhado de searas
ou um rio que a leva a ver o mar,
nas dunas onde o sol lhe beija os seios,
em uma aragem quase
sua roupa ligeira,
a mocinha pousa seu encanto.

E demora o dia a que o verão,
os lábios, as sagradas
mãos da água dão um corpo
e um nome de um céu - dia santo.


Sebastião Penedo
Lisboa, São Pedro, 1976

2 comentários:

Páginas Soltas disse...

Obrigada pela tua " partilha"...

Uma boa semana meu amigo..

Abraço da
Maria

O Micróbio II disse...

Todas a terras têm os eus poetas e Alvito não foge à regra... :-)

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