foto de Aguinaldo Vera-Cruz
Porque andas tu mal comigo
ó minha doce trigueira
quem me dera ser o trigo
que andando pisas na eira
quando entre as mais raparigas
vais cantando entre as searas
eu choro ao ouvir-te as cantigas
que cantas nas noites claras
Por isso nada me medra
ando curvado e sombrio
quem me dera ser a pedra
em que tu lavas no rio
E falam com tristes vozes
do teu amor singular
aquela casa onde coses
com varanda para o mar
(e) por isso nada me medra
ando curvado e sombrio
quem me dera ser a pedra
em que tu lavas no rio
Gomes Leal
1884/1921
5 comentários:
Um grande poeta esquecido, como tantos outros infelizmente, boa semana.
Um lindíssimo poema que nos faz lembrar o campo e esse alentejo dos meus encantos.
beijinhos
"(...) Já não vou ao rio lavar
Mas continuo a chorar
já não sonho o que sonhava
Se já não lavo no rio
porque me gela este frio
Mais do que então me galava (...)"
(Amália Rodrigues - lavava no rio lavava-) do livro "Versos"- Amália Rodrigues, Ed. cotovia 1997.
Quantas "Amálias" teriam ficado esquecidas nas planícies alentejanas?
Quantas...
Abraço
Paulo
passei p desejar bom resto de semanM COMPADRE.ABRAÇO
Palavras de grande beleza acompanhadas por uma imagem lindíssima.
Parabéns.
Abraço.
Enviar um comentário